Bloom & Andy - A história de um namoro perdido [Capítulo 10 disponível!]

Bloom & Andy - A história de um namoro perdido

Nunca se perguntaram como era a relação da Bloom com o Andy? E porque acabaram? É certo que não foi daqueles namoros de uma semana, pelo que se pode ver na 4ª série... Esta é a história que pretendo criar... Espero que gostem!

Prólogo

Estamos em Gardenia, uma pequena cidade no planeta Terra. Apesar de pequena, podem viver-se muitas aventuras aqui. Sou só uma rapariga normal, mas isso não me impede de dar um pouco de emoção à minha vida. Por isso às vezes crio histórias, em que eu sou a personagem principal... Mas desta vez é diferente. Desta vez vou contar-vos uma história real. Algo que eu vivi na primeira pessoa. A história de um namoro perdido.

Capítulo 1 - Foi só uma mensagem...

Mais um dia nesta cidade... Acordar cedo, e já atrasada para as aulas... Enfim, o que eu chamo de um dia perfeitamente normal. Incluam no normal mais uma discussão com o Andy. Ele anda demasiado estranho. Antes, era "Bloom, querida" para aqui e para ali, mas agora peço para falar com ele e ele não tem um único minuto para mim. Já não há um dia em que nós consigamos não discutir, e isto é mesmo fatigante. Chego a casa e já não tenho paciência para nada, os meus pais não me conseguem aturar. Desta vez o assunto da discussão foi eu mandar uma mensagem a uma amiga minha por causa de um trabalho (!) à frente dele. Tudo bem, já não estamos muito tempo juntos, mas começar uma discussão por causa disto??? À medida que o tempo passa pergunto-me quanto tempo mais irei aguentar. Uns dias? Umas semanas? Não acredito que chegue a meses. Se for um mês já é muito...
Porquê, Andy, porquê? Éramos tão felizes no início... Já te esqueceste daquele dia maravilhoso? Aquele dia em que o nosso namoro começou? Parece que sim... Mas eu não me esqueci. Não me faças desistir de ti, Andy. Eu ainda gosto de ti.
E em vez de te fazeres amiguinho dessa Mitzi que eu tanto detesto podias dar-me mais atenção a mim! (Preparem-se, vem aí a minha parte má) Como eu detesto aquela miúda, irrita-me tanto! É tão fútil, atiradiça, convecida e muitas coisas mais que eu não vou estar a referir, que eu não sei como é que tanta coisa cabe naquele cérebro minúsculo!
(Pausa para respirar fundo)
Pronto, já me acalmei. Desculpa estar a descarregar para cima de ti, mas neste momento não posso confiar em mais ninguém... Os meus amigos são os mesmos que os do Andy, e se falasse com eles ia ser ainda pior... Mas enfim. Gostava de, nem que fosse por um só minuto, ter poderes mágicos para mudar tudo. Mas isso só acontece nos livros de histórias... Os meus pais dizem-me para crescer, mas isso não me impede de sonhar, acho eu.

É um novo dia em Gardenia! Hoje estou muito bem disposta, espero que ninguém me estrague o dia. Como é habitual, tomei banho, vesti-me, desci as escadas e...
MITZI?!
O que é que ela faz aqui em casa? A minha mão veio dizer-me que ela apareceu porque tinha que discutir um aspecto no trabalho que estávamos a fazer (como é que os meus pais caíram nesta?) e esse assunto não podia esperar. Para os meus pais não ouvirem a barulheira que íamos fazer, levei-a para o meu quarto. Para minha grande surpresa (ou não) veio falar-me do meu namoro com o Andy. Aqui vai a conversa:
- Bloom, eu ando muito atenta à tua relação com o Andy, e não me parece que estejam a ir pelo melhor caminho... Não achas que está na altura de acabarem?
- Não me parece que tenhas muito a ver com isso, Mitzi. Já que estás tão amiguinha dele, porque é que não vais dizer-lhe isso?
- Oh não, estás a perceber tudo mal... O Andy chamou-me porque precisava de falar, de um ombro amigo, percebes? (Bla bla bla bla...)
Tretas. Só conversa fiada até eu fazer cara de má e lhe dizer umas verdades. Aí ela finalmente foi directa ao assunto.
- Estou a ver que gostas pouco de introduções. Muito bem, isto foi o que te vim dizer: eu estou decidida a roubar-te o Andy, e ninguém se vai pôr à minha frente! Ouviste? Ninguém!
Saiu disparada do quarto, sem dizer mais uma palavra. A última coisa que ouvi foi a porta da entrada a bater com toda a força. É claro que os meus pais me vieram perguntar o que se passou... Lá lhes contei e eles prometeram nunca mais deixar a Mitzi entrar em casa. Deram-me todo o apoio, pelo que me animei um bocado. Depois liguei ao Andy, para combinar uma saída. Decidimos ir a um bar, para conversar um bocado... Era fim-de-semana, não havia nada para estudar e eu decidi aproveitar para ter uma conversa séria com ele. Não lhe contei a cena da Mitzi, não vá ele confirmar o que ela disse, mas fiz-lhe algumas perguntas que achei essenciais. Bem, sou tão coração mole, que acabámos por passar a tarde juntos na praia... Fez-me bem descontraír um pouco, depois daquelas discussões todas, e o Andy estava estranhamente simpático. Vamos ver quanto tempo dura...


Olá... Desculpa a demora, mas tive alguns contratempos: testes, testes, e... testes. Finalmente tive direito a umas férias, ainda que sejam curtas. Tenho aproveitado este tempo para estar com o Andy, e, por estranho que pareça, tem corrido muito bem. Parece que ele formou uma banda com uns amigos, e tocam num bar... Frutti Music Bar, para ser mais concreta. Digamos que não tocam mal . Por isso ele anda tão bem disposto, a vida corre-lhe bem, e sendo assim, eu aproveito para passar mais tempo a namorar do que a discutir! Espero que as coisas finalmente possam ir pelo bom caminho. Sempre imaginei um namoro perfeito, com uma pessoa que me respeitasse, me desse carinho, e que se notasse que gosta de mim... Tipo história de conto de fadas... É claro que o Andy não é loiro, nem é um príncipe, mas que o adoro, é verdade.
Hoje saímos mais uma vez, e ele fez questão de me vir buscar a casa. Não é que o meu pai tivesse gostado muito (sabes como são os pais...), mas lá acabou por aceitar. Acho que eles gostam de me ver mais feliz do que antes, e por isso nem limitam muito as minhas saídas com o Andy. Continuando: foi lindo... Mal saímos de casa, a primeira coisa que fez foi dar-me a mão, mas sem dizer uma única palavra. Ele levou-me à praia. Disse-lhe que estava frio, e ele deu-me o casaco dele (que querido que ele estava!). Sentámo-nos na areia e então ele começou a falar:
- Bloom, sei que não andas muito contente com o estado do nosso namoro, por causa das discussões constantes...
- Sim, acho que...
- Deixa-me acabar, por favor... Eu queria que soubesses que tudo vai mudar. Eu sei que não tenho sido muito correcto nestes dias, e acho que é por isso que discutimos tanto. Mas garanto-te, prometo-te que eu vou mudar, vou estar mais atento aos teus problemas e vou tentar compreender-te melhor... Quero pedir-te desculpa...
- Bem, isso foi... Inesperado... Estás mesmo disposto a fazer isso?
- Claro que sim. Tudo para que nós os dois possamos ser felizes juntos.
Eu não disse mais nada. Só consegui abraçá-lo, feliz porque ele finalmente decidiu mudar, e isso ia de certeza ajudar a nossa relação. E a seguir ele disse aquelas palavras que me fizeram desculpá-lo de tudo o que fez:
- Amo-te, Bloom.
- E eu a ti, Andy.
Depois ele trouxe-me a casa. Despedi-me dele com um beijo, entrei em casa, cumprimentei os meus pais e vim para o meu quarto. Acho que este dia vai ficar guardado na minha memória para sempre...


Bom dia Gardenia! Acordei tão bem disposta hoje... Sonhei com o dia que eu e o Andy tivemos ontem e estou radiante c: Vi que tinha uma mensagem no telemóvel: "Espero que já tenhas acordado, minha dorminhoca, tenho uma coisa para te mostrar...". Bem, depois disto fiquei mesmo curiosa! Saltei da cama, fui tomar banho, passei pela cozinha para comer uma torrada e vim directa para a porta de casa. Talvez tenha vindo um bocado cedo... Olhei para o relógio: 8h00. Pois, é mesmo cedo... Mas entretanto ouviu-se uma mota a passar na rua. Não liguei. Asneira, Bloom!
- Desculpe, a menina está à espera há muito tempo?
Não pode... Andy? Numa...
- Uma mota??? Andy, era essa a surpresa?
- Sim, gostas?
- Adoro, ela é... linda!
- Então de que estás à espera? Tenho um lugar extra, mas tem uma condição: Tens de ir agarrada a mim, ou não cabes - disse, enquanto me piscava o olho.
- Nem eu esperava outra coisa!
Chegámos à escola, e o Andy lá encontrou um lugar ao lado daquela mota PINK da Mitzi. Que raio de cor, é só mesmo para dar nas vistas... Bom, adiante. Entrámos, e a meio caminho oiço uma voz:
- Olá Andy!
Voltámo-nos para trás e vimos uma rapariga de cabelos loiros que nos acenava.
- Quem é? Conhece-la? - perguntei.
- Não... Penso que não.
Fiquei intrigada, que rapariga ia saber o nome dele se nem o conhece? Continuámos no caminho para a sala. Mal o professor entrou, a rapariga de há pouco estava com ele. Parece que é nova aqui.
- Meninos, esta é a Katie, uma aluna nova aqui na escola. Por favor, recebam-na bem para se integrar o mais rapidamente possível! - disse o professor.
- Olá a todos, sou a Katie, prazer em conhecer-vos.
O Andy tocou-me ligeiramente no braço:
- Tem um bocado de lata a mais para aluna nova...
- Talvez... Nem nos conhece...
As aulas acabaram e fomos em direcção à mota do Andy. Hoje íamos à praia e depois estudar. Mais uma vez, a voz:
- Andy! Andy!
- Outra vez? Vai subindo, Bloom, vou tentar despachá-la.
- OK, não demores!
O Andy foi em direcção à Katie. Do sítio onde estava, não era difícil perceber o que diziam. Parece que eram vizinhos, há muito tempo, e que ela já gostou do Andy. Conversa rápida: o Andy disse simplesmente que não se lembrava. Gostei
- Bem, minha princesa, vamos?
- Claro...
Passámos outro dia fantástico, mesmo com o estudo à mistura. Penso que o Andy está realmente a esforçar-se para nos manter juntos. Será que vai durar?

Capítulo 5 – Esse é o meu lugar

Já todos tiveram daqueles dias em que acordam e só pensam: “Porque é que as aulas existem? -.-”, certo? Bem, hoje é um desses dias para mim. Não estava com vontade nenhuma de me levantar da cama, dormi mal e passei a noite toda a pensar na aluna nova, suposta vizinha do Andy. É bom que hoje ninguém me chateie, senão vai correr-lhes muito mal.
- Bloom? Estás atrasada para a escola, vá despacha-te! – oiço a minha mãe avisar-me do fundo das escadas.
- Já vou descer! – respondi eu - Mas não me falem mais na palavra “aulas” – pensei.
Desci a correr, peguei numa torrada, despedi-me dos meus pais e saí disparada pela porta de casa. Quem diria que depois de um acordar assim eu estaria com tanta pressa… Quando passei o portão da escola, ouvi a campainha tocar.
- Acelera, Bloom! – disse para mim mesma.
Quando cheguei à sala, o professor ainda não tinha chegado. Vá lá, alguma coisinha que me ajude a tornar o dia menos mau… Mal eu sabia com o que me ia deparar mal entrasse. A Katie estava no MEU lugar a conversar com o Andy! Ai que arranjaste um dia tão mau para me irritar, minha menina…
- Então Bloom, parece que foste trocada pela rapriguita nova…
Aquela voz irritante logo de manhã faz-me interferência nos ouvidos.
- Não Mitzi, não fui trocada por ninguém e parece-me que tens pouco a ver com isso…
- Já cá não está quem falou…
- Pois, é bom que não esteja – respondi-lhe friamente.
Mal o Andy me viu, reparei logo que já não estava tão à vontade. Passava-se ali alguma coisa… Antes eram sorrisinhos para trás e para a frente, e agora que me viu parece que está desconfortável. Decidi aproximar-me, afinal de contas aquele era o meu lugar.
- Desculpa, mas estás no meu lugar… - disse, dirigindo-me à Katie.
- Ah, não quem pede desculpa sou eu, afinal era eu que o estava a ocupar…
- Isso, põe-te a andar, vá… - pensei.
- Bom dia, Bloom… - cumprimentou-me o Andy.
- Bom dia.
- Umm… Quanto à Katie…
- Deixa estar, já percebi. Lembraste-te que eram grandes amigos de infância que namoraram na primária, foi?
O Andy ficou sem palavras. Ele não tinha percebido que eu ouvi uma parte da conversa. Entretanto o professor chegou, e começou a aula. No entanto, aquela hora e meia parecia interminável. Só me percorriam a cabeça perguntas como: “Como é que ele se lembrou de um momento para o outro?” ou "Será que perdi alguma coisa por ter chegado atrasada?". Nisto já o professor me tinha chamado a atenção umas 3 vezes, porque eu não estava a prestar atenção nenhuma. Isso achava ele... Eu estava bastante atenta quando a Katie se voltava para trás e acenava para o Andy.
Finalmente ouviu-se o toque da campainha e eu decidi ir dar uma volta. Precisava de espairecer e não era perto do Andy que ia conseguir.
- Para uma rapariga tão bonita, estás com uma cara muito triste! – ouvi uma voz.
Olhei para o lado e vi um rapaz sentado num degrau de uma escada a olhar para mim.
- Desculpa, se calhar tens namorado e eu estou aqui a elogiar-te… Sou o Troy. – disse-me ele.
- Sim, ela tem namorado e ele está mesmo aqui.
O Andy tinha vindo atrás de mim.
- Deixa-te de piropos e deixa-a em paz, ela não precisa que a elogiem!
- Andy! Se eu estou chateada é por tua causa, e não preciso que me defendas! – gritei-lhe.
- Então parece que é por tua causa que ela está triste… - dirigiu-se o Troy ao Andy – Já experimentaste pedir-lhe desculpa em vez de a controlares?
- Mete-te nos teus assuntos. – retorquiu o Andy.
- O assunto também passou a ser meu a partir do momento em que te vieste meter na conversa.
O Andy estava visivelmente irritado. Temi o pior. Ele avançou em direcção ao Troy, empurrou-me para o lado e elevou o punho.
- Andy, NÃO! – gritei.



Já era tarde demais. No entanto, o Troy conseguiu defender-se e respondeu-lhe com um murro no nariz. O Andy sangrava, e enquanto eu ainda tentava perceber o que se tinha passado, já a Katie vinha a correr e quando se apercebeu que era o Andy que estava caído, parecia o fim do mundo.
- Andy, estás bem? Quem te fez isto? Anda comigo à enfermaria, podes ter o nariz partido!
Ele olhou para mim, ainda a tentar conter o sangue que escorria, mas visivelmente arrependido. Desviei o olhar e dirigi-me às minhas coisas, que estavam caídas desde que o Andy me tinha empurrado. Para minha surpresa, elas já lá não estavam.
- Estás à procura disto? – perguntou o Troy.
- Oh, apanhaste-as? Obrigada…
- Não tens de quê. Estás bem, não te magoaste?
- Eu estou bem, só bati com o braço durante a queda, mas nada de mais – respondi, sorrindo-lhe.
Depois de alguns segundos de silêncio, ele disse:
- Então… Chamas-te Bloom, não é…
- Sim… Lamento teres ouvido a discussão, o meu namorado foi um parvo, ainda por cima agora anda com aquela lambisgóia atrás: “Andy, estás bem? Vamos à enfermaria!” – disse eu, numa tentativa de imitar a Katie.
O Troy riu-se, e eu apercebi-me que tinha acabado de desabafar com um rapaz que mal conhecia. Bloom, és tão parvinha!
- Desculpa, acabámos de nos conhecer e eu já estou a falar-te dos meus problemas…
- Hey, fui eu que me meti contigo primeiro, tens esse direito – piscou-me o olho.
Tive a sensação que corei levemente nesse momento. Entretanto, ouvi o toque da campainha. Estava na hora de voltar à realidade.
- Bem, tenho de ir…
- Tudo bem, adorei conhecer-te. Se precisares de ajuda para enfrentar o Andy, é só pedir – gracejou Troy. – Até… breve.
- Sim… Até breve.
A partir do momento em que entrei na escola, não pude evitar olhar para o Andy e para a Katie. Ela estava sempre em cima dele. Que irritante! Só queria que o professor faltasse para não ter que ver aquele espectáculo.
Como que por magia, o meu desejo realizou-se. O professor teve uma fuga de gás em casa e não pôde ir. Decidi ir para casa. Quando cheguei ao portão, o Andy estava à minha espera, mas desta vez sozinho.
- Precisamos de falar, Bloom.
- Muito bem, fala.
- Agora não posso, a Katie…
- (Mau...) Amanhã de manhã, então.
- Vou buscar a Ka…
- (O quê?? Ele não pode estar a falar a sério. Pede-me para falar e não pode?) Só podes estar a gozar. Sabes que mais? Fala com a tua amiga, perdi o interesse.
Quem é que ele pensa que é? Se há aqui alguém que merece explicações sou eu, não tenho de me ajustar aos horários dele. Ainda por cima tem a lata de falar na Katie depois do que se passou.
Enquanto pensava, recebi uma mensagem:

“Hoje às 21h30 no Frutti Music Bar vai tocar
uma banda muito boa. Adorava se pudesses
comparecer : )”

De quem seria aquela misteriosa mensagem? Não estava assinada, não conhecia o número… Talvez fosse engano, ou talvez não… Várias perguntas me assaltavam o pensamento. Até que cheguei a casa e a minha mãe reparou que eu não estava bem.
- Bloom, que se passa? Costumas chegar tão bem disposta…
- Foi o Andy, mãe. Lembras-te de eu te falar da Katie?
- A aluna nova?
E continuei a contar a história, falando também da mensagem.
- Aconselhava-te a ir. Até pode ser o Andy que te quer pedir desculpa… Aí fala de uma banda, não é?
- Sim, fala…
- Vês? Pode ser ele! Toma um banho, janta, arranja-te e vai. O pior que pode acontecer é voltares para casa de mãos a abanar…
- Tens razão. É isso mesmo que vou fazer.

Finalmente chegou a hora de ir. O caminho para o Frutti Music Bar parecia mais longo do que o habitual, mas acabei por chegar 10 minutos antes da hora marcada. Não vi o Andy em lado nenhum, mas tinha de ser positiva… Cheguei muito cedo. O toque do telemóvel despertou-me das minhas divagações:
Olhei para trás e vi que apenas uma mesa estava ocupada. Mas não era o Andy que a ocupava. No lugar dele, estava um rapaz que sorria para mim.
- Troy? – perguntei, ainda surpreendida.
- Olá! Desculpa o atrevimento, mas achei que depois do que se passou ias precisar de sair.
- Não tem problema. Ao menos conseguiste tornar o meu dia melhor – respondi-lhe.
- Isso quer dizer que… Ele ainda não te pediu desculpa…
- Tentou, mas não tinha tempo – disse eu, apagando o sorriso que mostrava desde que cheguei.
- Bem, mas não te convidei para falar de coisas tristes! O concerto vai começar e é melhor aproveitares.
Senti-me bastante bem naquela noite, já não era a mesma rapariga que tinha acordado mal disposta. Realmente o Troy tinha razão. O melhor era sair e espairecer um pouco. Tudo parecia correr muito bem até eu ver o que não queria: o Andy tinha acabado de entrar e atrás dele veio a Katie (aquela lambisgóia saltitante!). O Troy apercebeu-se do que se estava a passar e tentou tirar-me dali.
- Anda, é melhor sairmos daqui.
Mas eu fiquei mais um pouco. Enquanto ele saía e ficava à minha espera, eu fiquei no bar à espera que o Andy reparasse que eu estava ali. Quando me viu, comecei a acenar a cabeça, com ar de desprezo e reprovação. Saí a correr, escondendo a cara com as mãos para que o Troy não me visse a chorar. Tentei fugir, mas ele agarrou-me.
- Bloom, fugir não é a solução. Vais ter de o enfrentar, e ele vai ter que arranjar tempo para ti, nem que esteja com 500 raparigas ao mesmo tempo. Apesar de tudo, vocês ainda são namorados e ele não pode fugir a isso.
Ele limpou-me as lágrimas e continuou:
- Tens de ser forte. Ele já não te merece.
- Tens razão – disse eu, ainda a soluçar. – Não posso ficar presa a uma ilusão.
- Anda, já tiveste emoção suficiente por um dia, só foi pior teres vindo. Desculpa. Queres que te leve a casa? É o mínimo que posso fazer…
- Não é preciso, obrigada. E não fiques a pensar que só foi pior, porque não foi. Agora percebo que o Andy não é o rapaz certo para mim. Até amanhã.
- Até amanhã…


Hoje acordei com o peso do mundo em cima dos ombros. Cabia-me a mim resolver as coisas com o Andy. Há que erguer a cabeça e ser forte. Se ele continua agarrado à Katie, então é porque realmente não me merece. Por um lado, a saída ontem até valeu a pena. Finalmente percebi que não é com o Andy que devo estar.
A cada passo em direcção à escola, sentia o meu coração bater mais depressa. Doía-me a barriga cada vez que pensava no que tinha de fazer. Mas não podia esperar. Quando cheguei à escola, sentei-me num dos degraus da entrada e esperei que o Andy chegasse, o que não aconteceu. Ouvi o toque da campainha e fui para dentro. Continuava a não haver sinais dele, embora a Katie já tivesse chagado. No fim da aula, sem que eu conseguisse prever, a Katie veio ter comigo:
- O Andy disse que vai estar aqui no fim das aulas para falar contigo…
- E porque é que ele não veio à aula? – perguntei-lhe, sem tirar os olhos dos livros que estava a arrumar.
- Ele disse que tinha de se preparar…
- Está bem. Obrigada.
Maldito o dia em que vieste para esta escola, Katie. Ainda tens o descaramento de vires aqui e não pedires desculpa, depois do que já fizeste. Só espero que tu e o Andyzinho se ponham bem longe daqui no próximo ano. Mas primeiro tenho que me preocupar com o que vou dizer quando ele vier. Não sei o que é que precisa de tanta preparação para se faltar às aulas.

Chegou a hora, tem que ser, Bloom. Chega de sofrimento, és capaz de encontrar bem melhor que o Andy. Caminhei em direcção ao portão e realmente ele estava lá, só que já não estava sozinho. A Katie tinha saído da sala a correr, e agora percebo porquê. Consegui aproximar-me sem que reparassem e escondi-me para ouvir a conversa.
- Não faças isso, Andy, por favor! – suplicava Katie.
- Eu vou fazer isto e não vais ser tu que me vais impedir. Já me causaste demasiados problemas e eu não vou permitir que piores a situação! Chega, Katie, eu não sou o teu namorado! A Bloom já sofreu demais por andares sempre atrás de mim. Vai-te embora!
A Katie saiu dali a chorar, tinha ouvido aquilo que não queria. Saí do meu esconderijo e fui ter com o Andy.
- Olá Bloom…
- Olá. Querias falar comigo?
- Sim… Antes de mais nada, desculpa. Eu tenho sido um anormal nestes dias. Desde que me lembrei da Katie ela não me larga por um segundo, e acabaste por ser tu a pagar por isso. Depois apareceu aquele rapaz, e eu não consegui controlar-me. Não queria mesmo fazer aquilo, mas também tive o que merecia – passou a mão pelo nariz e continuou. – E ontem à noite… Eu não imaginava que estivesses lá. Mas acabei por fazer ainda pior. Desculpa-me, por favor… Eu ainda te adoro… Ainda somos namorados, certo?
- Era sobre isso que eu te queria falar…
- Por favor, deixa-me acabar… Eu quero compensar-te por tudo o que se passou ontem…
- Andy, por favor deixa-me falar…
- Eu só te quero dizer… Ou melhor, perguntar uma coisa…
- Andy…
Ele pôs-se de joelhos.
- Bloom, por favor, aceitas casar comigo?



Era disto que eu tinha medo. Eu sabia que ele era bem capaz de fazer uma coisa assim e sabia que o ia magoar se ele não me ouvisse antes. E agora, o que é que eu faço? Ele faltou às aulas para se preparar para isto e agora eu tenho de tomar uma decisão. Ou acabo já com a nossa relação e o magoo, ou aceito o pedido de desculpas e sofrer mais uns tempos. O Troy diria que em primeiro lugar devo estar sempre eu nestes assuntos. Mas o Andy já estava demasiado ansioso pela minha resposta:
- Bloom, estás bem? Estás branca… - fez uma pausa. – Eu já sabia, não devia ter feito isto… Só te deixei mais confusa…
- Eu não sei o que hei-de te responder, Andy… Depois de tudo o que fizeste, é muito difícil responder-te. Eu preciso de tempo para pensar. Eu… ligo-te quando tiver a resposta.
Vim-me embora, caminhando devagar, pensando na pergunta do Andy. Ele não diria aquilo se não gostasse de mim… Não consegui deixar de sentir pena da cara dele quando lhe disse que precisava de pensar. Mas ao mesmo tempo lembrava-me da noite anterior, e das vezes em que vi a Katie agarrá-lo.
- Estás outra vez com a mesma carinha triste de ontem…
- Tens uma certa tendência a aparecer do nada, Troy…
- É verdade… O que se passou desta vez?
- O Andy pediu-me desculpa… E ao mesmo tempo em casamento…
- O quê?! Em casamento, depois do que ele fez?
- Por isso não sei o que lhe vou responder. Se ele fez isto, é porque provavelmente ainda gosta de mim e não da Katie…
- Tens toda a razão. Mas… Estás disposta a sofrer mais por causa dele?
- Não sei, mas… Acho que lhe vou dar uma última oportunidade – disse eu, hesitando um pouco.
- Tu é que sabes… Mesmo não concordando com a tua opinião, respeito-a, e dou-te todo o meu apoio. Mas se ele volta a repetir a brincadeira, não vai ser bonito.
Na voz dele notava-se um tom defensor, como se fosse meu irmão mais velho ou… Sentisse algo mais do que simples amizade… Cheguei a casa e convidei-o a entrar, ia precisar de forças para ligar ao Andy. Disse-lhe para vir ter comigo a casa, e quando chegou levei-o para a sala.
- Então, já… Tomaste uma decisão? – perguntou.
- Sim, já.
Voltei a sentir que tinha todo o mundo em cima dos meus ombros, de toda a ansiedade que sentia.
- Eu estive a pensar… E vou dar-te mais uma oportunidade. Mas que fique bem claro que é a última…
- Oh, Bloom, não sabes como estou feliz. Adoro-te tanto… Prometo que nada mais vai interferir na nossa relação, nunca mais te vou desiludir…
Abraçou-me com força, enquanto dizia:
- Vamos dar um passeio…
- Se não te importares, preferia ficar em casa… Preciso de pensar em certas coisas…
- Claro que não me importo. Queres que fique?
- Não, obrigada… Não precisas.
- Bem, então… Ligo-te mais tarde…
Acompanhei-o à porta e vi-o sair. Em seguida, fui para o meu quarto ter com o Troy. Ele estava na varanda.
- Bloom, não sei como correram as coisas lá em baixo, mas olha quem acabou de chegar.
Aproximei-me, e vi a Katie a correr em direcção ao Andy. Consegui ouvir a conversa entre os dois:
- Muito bem, Andy. Se não queres nada comigo, vou mostrar-te que sou muito melhor que essa Bloom! – exclamou Katie.
- Katie, não…
- ANDY! – gritei.
Era tarde. A Katie já o beijava.


O Troy abraçou-me e levou-me para dentro, enquanto eu continuava a chorar incessantemente.
- Porquê? Porquê? - gritava eu, batendo com os punhos no peito do Troy. - Eu tinha acabado de o desculpar!
O Troy continuava em silêncio, mas continuava a abraçar-me, e talvez fosse melhor assim. Apesar de só nos termos conhecido no dia anterior, ele já tinha sido a melhor ajuda que podia ter tido, e parecia que já nos conhecíamos há anos. Apoiou-me e aconselhou-me quando eu precisei, e estava a suportar sozinho a minha fúria contra o Andy, sem sequer se queixar.
- Tens de ir falar com ele - disse-me.
- Como? - perguntei, ainda com os olhos inundados em lágrimas. - Como? Se nem sequer consigo olhar para a cara dele?
- Anda, eu vou contigo.
Ainda a segurar-me, levou-me até à porta, onde o Andy ainda discutia com a Katie. Nenhum deles reparou na nossa presença, e continuaram.
- Eu sempre gostei de ti, Andy, não percebeste isso?
- Sim, percebi, mas infelizmente já foi tarde demais. Eu nunca devia ter feito o mais pequeno esforço para me lembrar de ti!
- Não digas isso, sabes que não é verdade!
- Acorda, Katie! Eu tenho namorada, e não és tu! É a Bloom!
- Não te atrevas a dizer isso outra vez! - gritei. - Chega! Acabou tudo, Andy! Eu já sofri o suficiente nestes dias! E sabes de quem é a culpa? É toda tua. Tua e dela! – apontei para Katie. – Eu odeio-te Andy… Não voltes a aparecer à minha frente.
- Bloom, ouve-me…
- Chega, já disse! Não quero ouvir mais nada!
O Troy avançou.
- Eu fiz uma promessa à Bloom e comigo mesmo. Ela não merece aquilo que se tem passado nestes últimos dias, aquilo que tu lhe tens feito. Se tu voltasses a magoá-la, não ias ficar em bom estado.
Sem que eu tivesse tempo para me aperceber do que ele ia fazer, já o Andy estava no chão, fazendo pressão no nariz, que sangrava (mais uma vez), com uma das mãos, enquanto a outra apertava a barriga. A seguir, o Troy pegou-me na mão e levou-me para dentro de casa.
- Estiveste muito bem. Fizeste o que tinha de ser feito – fez uma pausa, mas continuou logo de seguida. – Acho que é melhor deixar-te sozinha agora, devo ir-me embora.
- Espera, por favor… Podes ficar mais um pouco?
- Sim, claro.
Voltámos para o quarto. Contei ao Troy o que se tinha passado durante a minha relação com o Andy, e ele parecia tão… interessado… Foi estranho, nunca ninguém, mesmo as minhas melhores amigas ou até o Andy, se tinham mostrado tão dispostas a ouvir-me. No fim da conversa, ele disse-me:
- Foste muito forte ao aguentar este tempo todo. És uma rapariga especial.
- Obrigada… por tudo. Nestes dois dias fizeste e disseste-me aquilo que nunca ninguém tinha feito ou dito. Também és uma pessoa especial.
Entretanto, a minha mãe chegou e eu apresentei-lhe o Troy. Pareceu-me que ela gostou dele… Até o convidou para jantar, apesar de este convite ter sido recusado.
Logo a seguir, o Troy saiu e o meu pai chegou. Ao jantar, só contei aos meus pais que tinha acabado com o Andy, e evitei responder a perguntas. Depois fiquei um tempo no quarto a pensar no que se tinha passado naquele dia, embora não por muito tempo. Decidi ir dormir. Mas enquanto tentava adormecer, recebi uma mensagem:


Um sorriso! Consegui sorrir! Bem, vamos celebrar este grande momento, respondendo…

Phil quando falas na 1ª pessoa, estás a referir-te mesmo a ti, ou estás a escrever como se fosses a Bloom?

Estou a escrever como se fosse eu a ver tudo o que se passou... Mas se preferirem que eu seja a Bloom... Podem dar sugestões!

Minha opinião:

Escreveres como se fosses a Bloom, tipo; a história podia ser o diário da Bloom sobre ela e o Andy!

Sim é uma boa ideia, espero que continues depressa...

sempre me interroguei como seria a historia d amor dos dois anteriormente, agora mesmo que nao seja uma historia oficial temos uma noção do amor dos dois.

obrigado philippa.

LOL

Philippa55JS, estás sempre a surpreenderme !

nao imaginas a curiosidade que tinha sobre este assunto, para além de que desde que 'conheci' o Andy que ele é o meu rapaz preferido da série!! Adoro-o e sempre quis saber a historia que ele teve com a Bloom !

Concordo com a ideia do diário, mas talvez seres tu a descrever seja mas original, ha tantos livros escritos em diario ! nao sei! mal posso esperar pela continuaçao!

Capítulo 1 terminado! Digam-me o que acham e se preferiam que eu fosse um elemento de fora que conta o que vê!

eu acho que está muito bem assim...isto está a ficar interessante!continua assim philippa

Espectáculo! Acho muito bem que fales como se fosse a Bloom, o Diário!

adorei Philippa54JS, para ser sincra, acho que até agora é a que eu acho melhor das do forum ! está realmente o maximo e a cativar o meu interesse... escreve rapido o segundo cap.

parabens

Adorei tens muito cheio com a gramática!

Adorei, parabéns!

sei que deves andar muito ocupada de momento...mas para quando é que podemos esperar o proximo capitulo?

Sim, eu também quero ler mais! rsrsrsrs. Escreves muito bem.

Está perfeito!
Vai haver alguma parte "Acção"?

Fico ansiosa pelo 4º capítulo...

Acção? Talvez, ainda não pensei nisso...

Ok. Mas está perfeito assim, calminho... xD

Olha adoro! Mais um capitulo fantastico! Parabens!

Esta giro Phill. Uma historia bem.... adolescente... se é que me entende, mas muito boa.
Faço a mesma pergunta da Tech... vais colocar alguma ação na historia?

Obrigada aos 2 ^^
Eles são adolescentes, a história tem que condizer... Quanto à acção, não sei o que posso fazer, mas vou tentar. Uma boa história tem sempre acção

Mal posso esperar...

PS.: e eu tô precisando de inspiração para continuar a minha.

Adorei o 3º capitulo!